Informativo GEA
Avanços na produção nacional de etanol de milho
É de conhecimento geral que ao se tratar de uma escala global a maior matéria prima no quesito de produção de etanol é o milho, fato este que destoa fortemente do cenário brasileiro. No Brasil, a maior matéria prima para a produção do etanol é a cana-de-açúcar e é marcada pela média de rendimento de 7 mil litros por hectare e uma geração energética de 9,3 unidades de energia para cada unidade de combustível fóssil utilizada em sua geração. Por outro lado, o milho rende cerca de 3,5 mil litros por hectare com geração de 1,5 unidades de energia para cada unidade de combustível fóssil utilizada em sua produção (CRUZ et al., 2011).
Figura 1: Etanol de milho
Fonte: Agroadvance
Assim fica nítido que o etanol de cana-de-açúcar é uma alternativa mais sustentável e mais eficiente ao se comparar com o etanol de milho. Entretanto, em um passado recente, em meados de 2010, uma maior demanda do etanol fez com que os preços do etanol aumentassem drasticamente e, com isso, a região centro-oeste marcada por uma forte relevância na produção do cereal em questão, iniciou a construção de usinas de etanol de milho para atender essa demanda. Assim, em 2017 foi inaugurada a primeira usina destinada apenas à produção de etanol de milho no Brasil, também conhecida como usina Full (SILVA et al., 2020).
Figura 2: Dado de produtividade de etanol a partir de fontes diferentes
Fonte: (Donke et Al, 2017).
Figura 3: Aumento das usinas de etanol de milho com o passar do tempo
Fonte: (SILVA et al., 2020).
Cabe ressaltar que este aumento crescente na quantidade de usinas de etanol de milho está associada a alguns fatores como a abundância de milho em algumas regiões associado com os preços pouco favoráveis ao produtor, redução da taxa de juros na economia brasileira que diminui o custo do investimento em plantas novas e velhas, os bons prospectos relacionado ao aumento do consumo de biocombustíveis no país que são frutos de um melhor alinhamento do preço da gasolina as flutuações do mercado internacional de petróleo e, por fim, aos subprodutos do etanol de milho que dão origem a produtos alimentícios dentre eles o DDG, DDGS, WDG e WDGS que representam uma alternativa importante para os produtores em cenário de preço baixo do milho como o vivenciado atualmente (SILVA et al., 2020).
Figura 4: Subprodutos da produção de etanol de milho e de cana-de-açúcar
Fonte: (SILVA et al., 2020).
Redigido por: Marisko- Aécio Mussashi toyoda
REFERÊNCIAS
CRUZ, José Carlos et al (Ed.). Milho: o produtor pergunta, a Embrapa responde.
Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2011.
DONKE, A. C. G.; NOGUEIRA, A. R.; MATAI, P.; KULAY, L. Environmental and energy performance of ethanol production from the integration of sugarcane, corn, and grain sorghum in a multipurpose plant. Resources, v.6, 2017.
SILVA et a. Aspectos técnicos e econômicos da produção de etanol de milho no Brasil. Revista de Política Agrícola, 2020.