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Informativo GEA

Compostagem
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A compostagem consiste em um processo natural de decomposição da matéria orgânica, tanto de origem vegetal, quanto de origem animal. Economicamente, esse processo possui a vantagem de transformar resíduos, como restos de folhas e esterco animal em um adubo orgânico para utilização na propriedade, permitindo economia na compra de fertilizantes químicos. Em uma composteira, ocorrem diversas reações complexas de natureza biológica e química por microrganismos variados, como fungos e bactérias, que utilizam o carbono e nitrogênio orgânicos contidos nos materiais para seu crescimento. Com isso, têm-se a mineralização desses e outros nutrientes em formas prontamente disponíveis para a absorção e utilização pelas plantas (SOSO et al., S.d.).

É importante ressaltar que além da disponibilidade de carbono e nitrogênio em proporção ideal, também deve haver condições ideais de temperatura, umidade, disponibilidade de O2 e CO2.

Entenda um pouco mais sobre as características químicas do solo e como elas influenciam na retenção de nutrientes.

Figura 1 – Exemplos de matérias para montagem de composteira e composteira pronta.

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Fonte: HM jardins; Compre rural

Para a montagem de uma composteira, é importante que seja feita em um local plano com baixo acúmulo de água em épocas chuvosas e é preciso que se utilize, intercaladamente, materiais com alta relação C/N, para fornecimento de carbono aos microrganismos, e materiais com baixa relação C/N (inoculante), para fornecimento de nitrogênio aos microrganismos. Entre materiais com alta relação C/N, podemos citar: palhada, folhas secas, serragem e feno, e entre materiais com baixa relação C/N, podemos citar: esterco animal, composto pronto, torta de mamona, vinhaça e torta de filtro (COMPOSTAGEM, S.d.).

Com relação a proporção, não existe uma regra clara, mas é preferível que fique em torno de 4:1. Nesse sentido, uma composição amplamente utilizada é uma camada de palha de 20 centímetros e uma camada de inoculante de 5 centímetros. As camadas devem ser repetidas até que se alcance a altura desejada que deve estar entre 1 e 1,5 metros. A largura de uma composteira em leiras é bem variada, mas deve estar entre 1,2 a 3,5 metros, para que o manejo não se torne muito complicado. O comprimento também é variável, nesse caso, não existe um limite, ficando a critério livre (COMPOSTAGEM, S.d.).

Figura 2 – Composteira finalizada.

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Além dos restos vegetais e fontes orgânicas ricas em microrganismos, a água e o oxigênio são fatores importantes, que devem ser manejados durante o processo de compostagem. Para isso, normalmente é introduzido hastes de ferro, no meio da pilha, com o intuito de verificar a temperatura e umidade.

No processo fermentativo da matéria orgânica, há a liberação de calor, elevando a temperatura da pilha de composto. A temperatura ideal está na faixa de 45 °C a 65 °C. O monitoramento da temperatura é feito colocando a mão na parte da haste que estava em contato com a composteira, por pelo menos uma hora. Assim, pode ocorrer 3 casos:

- Caso não suporte segurar a barra por muito tempo, a temperatura está acima de 55 °C, e indica a necessidade de revirar o composto.

- Com a barra quente e sendo possível segurar, indica que o composto está fermentando normalmente.

- Se conseguir segurar a barra de ferro por estar fria, indica que o processo fermentativo não está ocorrendo adequadamente, podendo ter um excesso de água na massa, ou relação C/N estar muito alta, devendo ser corrigida (MEIRELLES et al., 2006).

 

A água é indispensável no preparo do composto porque os microrganismos só sobrevivem na sua presença de forma que a umidade ideal ocorre entre valores de 40% e 60%. A aferição da umidade é feita pegando um punhado do composto e apertando firmemente na palma da mão. Dessa forma, as seguintes opções são passiveis de ocorrer:

- Se não escorrer água entre os dedos e, se ao abrir a mão o composto não esfarelar, o nível de umidade estará bom.

- Caso escorra água entre os dedos, o nível de umidade estará alto.

- Se o composto esfarelar, o nível de umidade estará baixo e necessitará de água (MEIRELLES et al., 2006).

Fonte: Autoria própria.

Tabela 1- Principais problemas, causas e soluções na elaboração de uma leira de compostagem

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O tempo médio de compostagem da pilha em torno de 4 meses, podendo variar com as condições ambientais e as características dos materiais utilizados. Dessa maneira, na prática, observamos a coloração: a matéria orgânica fica mais escura, variado de cinza escuro para preto. Além da cor, pode ser feito o teste da mão, da seguinte maneira: pegar uma amostra umedecida, moldar com os dedos e esfregar na palma da mão:

- Composto cru = mãos limpas e material se desfazendo em pedaços

- Composto semicurado = parte da amostra fica na mão e deixa mancha como café

-Composto curado/humificado = mãos com “graxa preta” (textura se assemelha a de manteiga), e ao lavá-las em bacia, a água fica preta.

Depois de pronto, o composto é utilizado no solo, onde a dose varia de 10 a 35 t/ha , dependendo da necessidade da cultura e dos teores médios de potássio. Além disso, sua aplicação pode ser por cobertura, incorporado em uma profundidade de 2 a 10 cm, no sulco de plantio ou na cova, para depois mistura-lo com o solo (COMPOSTAGEM, S.d.).

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Redigido por:

Leonardo Gil Viodres - Pão

Rodrigo Cintra Bachega - Xiado

Referências:

COMPOSTAGEM. Esalq. P. 0-95. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/cprural/upimg/evento/arq/22.pdf>. Acesso em: 16 set. 2021.

MEIRELLES, F. S.  et al. Olericultura orgânica - Compostagem. São Paulo. Federação da agricultura do estado de São Paulo. p. 0-51. Disponível em: <http://codeagro.agricultura.sp.gov.br/uploads/capacitacao/cartilha-compostagem-SENAR.pdf>. Acesso em: 17 set. 2021

SOSO, L. et al. Produção de fertilizantes a partir de resíduos orgânicos. Cartilha para Agricultores. Universidade de Caxias do Sul. p. 0-15. Disponível em: <https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/cartilha-agricultores-compostagem.pdf>. Acesso em: 17 set. 2021.

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