O ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus) é um pequeno aracnídeo de coloração branco-brilhante (ARAÚJO & SOARES, 2000), que ataca diversas culturas, como o algodão, soja, café, feijão, batata, uva, entre outras espécies frutíferas e olerícolas, causando danos à lavoura e reduzindo sua produção.

 

Este ácaro ocorre geralmente em clima quente e úmido, podendo ser encontrado na maior parte do ano nas principais regiões produtoras do país. Por ter um ciclo de vida rápido (de 3 a 5 dias) e capacidade de ovipositar até 40 ovos (STANCIOLI, 2018), consegue facilmente colonizar diversos ambientes, expandindo rapidamente suas reboleiras, se dispersando pelo vento.

 

O ácaro é difícil de ser visto a olho nu, porém os danos na planta são bem nítidos. Os sintomas nas plantas com seu ataque são geralmente nas folhas mais novas, que ficam com aspecto clorótico, ou seja, amareladas e, com passar dos dias, tornam-se escuras e posteriormente resultam na necrose do tecido. Essas mesmas folhas geralmente apresentam as bordas dobradas para baixo, dando um aspecto retorcido a folha, o chamado "encarquilhamento" segundo Oliveira, Paranhos e Moreira (2010). Essas manchas acarretam na redução da área fotossinteticamente ativa, causando queda de flores e frutos, uma vez que a produção de fotoassimilados na planta também diminui e, no caso do algodão, esta praga pode reduzir a qualidade da fibra (MORAES & FLECHTMANN, 2008).

 

Mas a questão é: Como identificá-lo? Após notar os sintomas no campo, o produtor com o auxílio de uma lupa de bolso com aumento de 10 vezes (EMBRAPA, 2018), deve procurar pelos ácaros nas gemas apicais e na face inferior de folhas novas (SANCHES, 2011), de preferência aquelas que não se apresentam completamente expandidas. Uma característica importante, que os diferencia de algumas espécies de ácaros é o fato deste não tecer teia, como faz o ácaro rajado (Tetranychus urticae), por exemplo (GALLO et al., 2002).

 

O nível de controle varia conforme a cultura e seu controle ocorre principalmente de duas maneiras: controle químico e controle biológico. O controle químico é feito utilizando acaricidas que possuam registro em suas bulas para ácaro branco, obedecendo sempre a dose e indicações da bula. Já o controle biológico é feito com a liberação de ácaros predadores criados em laboratórios, diretamente na lavoura. A liberação desses ácaros deve ser feita com o uso de implemento especifico para atingir melhor eficiência de controle. O principal ácaro predador utilizado no Brasil é o Neoseiulus californicus, e já existem no país produtos com registro comercial disponíveis no mercado.

​

Referências:

 

ARAÚJO, L. H. A.; SOARES, J. J. Pequenos só no tamanho. Grupo Cultivar. 2000. Disponível em: <https://www.grupocultivar.com.br/artigos/pequenos-so-no-tamanho>. Acesso em: 17 set. 2018.

 

EMBRAPA. Ácaro-Branco (Polyphagotarsonemus latus). Disponível em: <https://www.embrapa.br/uzum/acaro_branco.html>. Acesso em: 17 set. 2018.

 

GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ. 920p. 2002

MORAES, G. J; FLECHTMANN, C. H. W. Manual de Acarologia: Acarologia básica e ácaros de plantas cultivadas no Brasil. Ribeirão Preto: Holos Editora, 2008.

 

OLIVEIRA, J. E. M; PARANHOS, B. A. J; MOREIRA, A. N. Cultivo da Videira: Pragas. Disponível em:<http://www.cpatsa.embrapa.br:8080/sistema_producao/spuva/pragas.html#2>. Acesso em: 17 set. 2018.

 

SANCHES, N. F; MARTINS, D. S; NASCIMENTO, A. S. Manejo de Pragas do Mamoeiro. 2011. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/50823/1/Curso-Manejo-de-Pragas.-Nilton-Sanches.pdf>. Acesso em: 17 set. 2018.

 

STANCIOLI, A. R. Polyphagotarsonemus latus. Disponível em: <http://www.defesavegetal.net/hemtla>. Acesso em: 17 set. 2018.

​

Redigido por: Nedo Arthur Klink Romiti