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Informativo GEA

Aplicação zero na soja
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INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max) é, atualmente, considerada a cultura mais importante do agronegócio mundial, tendo o Brasil e os Estados Unidos como os principais países produtores. Este cenário apresenta perspectiva crescente e positiva para os países produtores, a projeção de produção de grãos para o ano de 2023 é de 288,1 milhões de toneladas  (IBGE, 2022). Tendo em vista a importância econômica da cultura da soja, se faz necessário um bom manejo fitossanitário durante o ciclo da cultura. Diante dessa perspectiva, a aplicação zero de fungicidas tem por objetivo a melhor proteção da lavoura aos danos de fitopatógenos e, consequentemente, maiores ganhos em produtividade.

           

 

APLICAÇÃO ZERO

Visando maiores produtividades e uma melhor sanidade da lavoura, o produtor realiza o planejamento prévio de sua fazenda com o intuito de garantir a sanidade e a ausência de doenças no cultivo. Atualmente, é comum o planejamento de 4 aplicações durante todo o ciclo da soja, sendo a primeira antes do fechamento do dossel da cultura, em média V7-V8, uma segunda aplicação no florescimento (R1), uma terceira aplicação em R3 e a última programada em R4-R5.

No entanto, atualmente discute-se uma aplicação adicional de fungicida anterior à primeira aplicação de fechamento de dossel, chamada de aplicação 0, V0 ou aplicação cega. Ela é feita em média de 25 a 30 dias após a emergência da cultura, no estádio V3 ou V4, quando a soja se encontra em um momento mais predisposto ao ataque de diversos patógenos. Segundo o pesquisador Marcelo Gripa Madalosso, essa aplicação visa proteger a lavoura de inóculos iniciais de doenças como oídio, ferrugem e manchas foliares e geralmente coincide com a primeira aplicação de herbicida pós-emergente na soja.

Figura 1 - Soja em estádio V3-V4, momento da Aplicação Zero

Fonte: LIMA, 2021

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Ainda segundo o pesquisador, essa aplicação só deve ser feita em áreas onde há a predisposição para a incidência de doenças, como lugares onde não há rotação de culturas, histórico de incidência, baixa cobertura de palha no solo e condições climáticas favoráveis. Nesse caso, o uso de fungicidas antes mesmo do início do desenvolvimento dessas doenças vão ajudar a manter a sanidade da lavoura.

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Figura 2 - Época da realização da aplicação Zero na soja

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Vale ressaltar que em alguns casos, essa aplicação não é recomendada, podendo causar altos prejuízos na lavoura. O principal fator de não realizar tal pulverização é o atraso da mesma, que pode gerar residual para a primeira aplicação verdadeira, atrasando assim todo o planejamento previamente estabelecido. O intervalo entre a aplicação 0 e a primeira aplicação é baixa, entre 10 e 12 dias, por isso é de suma importância certificar-se da pontualidade nas aplicações de fungicidas.

Figura 3 - Principais doenças que a aplicação Zero visa evitar
A): Mancha alvo. B) Septoriose. C) Antracnose. D) Cercosporiose. E) Oídio. F) Ferrugem.

Fonte: MADALOSSO, 2019

Fonte: LIMA, 2022

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QUAIS ATIVOS UTILIZAR

Para garantir uma boa efetividade na aplicação, deve-se fazer o uso de ingredientes ativos que garantirão a proteção da soja de maneira íntegra. Nesse aspecto, alguns princípios ativos utilizados são: triazol + estrubilurina, triazol + carbamato. A associação dessas misturas com multissítios também é recomendado, como o mancozeb e o clorotalonil, visando o manejo da resistência dos patógenos (MAIS SOJA, 2019).

A escolha dos produtos para essa aplicação deve levar em conta uma boa eficiência, baixo residual (de maneira a não atrasar a primeira aplicação verdadeira) e o custo. Produtos com alto valor agregado são comumente utilizados na primeira aplicação efetiva de fechamento de dossel (LIMA, 2021).

 

INCOMPATIBILIDADE COM HERBICIDAS

Como dito previamente, a aplicação V0 geralmente coincide com a primeira aplicação de herbicidas na pós-emergência da soja, geralmente feita com o ingrediente ativo glifosato em sojas com a tecnologia RR. Dessa maneira, é fundamental checar o pH da mistura, com o intuito de manter acima de 5 o pH da calda. Misturas de tanque com pH baixo vão influenciar na eficiência do fungicida utilizado no controle das doenças abordadas acima.

Redigido por:

Meliãt - João Vitor Furlan

Sarva - Ruan Ribeiro Barbosa

Referências bibliográficas:

Aplicação ZERO. Detalhes técnicos. Disponível em: <https://youtu.be/nKLo0BCm5kY>. Acesso em: 22 nov. 2022.

O que é aplicação zero na soja e quando fazer? | 3tentos. Disponível em: <https://www.3tentos.com.br/triblog/post/76>. Acesso em: 22 nov. 2022.

SOJA, E. M. Aplicação ZERO: detalhes técnicos. Disponível em: <https://maissoja.com.br/aplicacao-zero-detalhes-tecnicos/>. Acesso em: 21 nov. 2022.

Soja: aplicação zero reduz risco de incidência de doenças. Disponível em: <https://portal.syngenta.com.br/noticias/soja-aplicacao-zero-reduz-risco-de-incidencia-de-doencas>. Acesso em: 22 nov. 2022.

Universidade de São Paulo | Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"

 

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