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Informativo GEA

Inseticidas inibidores do hormônio juvenil
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A relação entre o cérebro e a muda do inseto apareceu pela primeira vez em um estudo de Kopec, em 1917. Stefan Kopec estudou a influência do cérebro na muda das lagartas e realizou duas conclusões importantes: com a retirada cirúrgica do cérebro, as lagartas continuavam vivas, no entanto não conseguiam realizar a muda e a existência de um período crítico da influência hormonal do cérebro na muda efetiva do inseto.

Na década de 30, um outro pesquisador, Wigglesworth, estudou um hormônio advindo do corpora allata do inseto, que inicialmente chamou de hormônio inibitório. Mais tarde, com a realização de outros experimentos, ele intitulou essa substância de Hormônio Juvenil, pela compreensão da função no corpo do inseto.

Depois, na década de 40, Fukuda concluiu que a região protorácica também era essencial para a muda.

Figura 1- Morfologia do Sistema Endócrino dos Insetos

Fonte: GULLAN, P.J.; CRANSTON, P. S., 2017)

Figura 2 - Cicadellidae - ecdise

Fonte: ROCHA, 2013

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A muda e a metamorfose são dois eventos de elevada importância na vida dos insetos. Todos os insetos passam pelo processo de muda para crescer, porém apenas alguns passam pela metamorfose, podendo ser ela incompleta ou completa, para se tornar adulto (NATION, 2008). Assim, para ambos os processos são necessários estímulos visando mudanças bioquímicas e fisiológicas, que acontecem de forma gradual e lenta. Três hormônios são responsáveis por desencadear essas alterações: o PTTH, os Ecdisteróides e o Hormônio Juvenil.

O PTTH, liberado pelo cérebro, estimula a glândula protorácica a produzir os Ecdisteróides e o corpora allata a produzir o Hormônio Juvenil. Já os Ecdisteróides desencadearam os processos da muda que é a troca do exoesqueleto antigo por um novo: estimulam a mitose e divisão celular nas células da epiderme, a apólise da cutícula antiga das novas células, a secreção de enzimas proteolíticas e a secreção de uma nova cutícula. Por outro lado, a quantidade do Hormônio Juvenil nas células influencia a ação desses ecdisteróides e a natureza da muda: larva-larva, larva-pupa, pupa-adulto.

Figura 3 - Representação das camadas sucessivas que compõem a cutícula dos insetos, depositadas sobre a epiderme. Fibras de quitina entremeiam-se à exocutícula e à endocutícula, mas estão ausentes na epicutícula

Fonte: Adaptado de BASF, 2013

Figura 4 - Camadas do exoesqueleto e ordem segundo a qual elas são secretadas.

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Fonte: CEPA, sd.

7 MÍMICOS DO HORMÔNIO JUVENIL

 

Os inseticidas mímicos ou análogos do Hormônio Juvenil dos insetos são substâncias capazes de impedir a ecdise pelo acúmulo do hormônio no organismo do inseto (SANT’ANNA, 2009).

 

7A Hormônios Análogos do Hormônio Juvenil - Moléculas

I. Hidropreno

Crescimento e desenvolvimento

II. Metopreno

Crescimento e desenvolvimento

III. Quinopreno

Crescimento e desenvolvimento

7B Fenoxicarbe

I. Fenoxicarbe

Crescimento e desenvolvimento

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Hormônio sintético aromático, que pertence ao grupo orgânico carbamato (SILVA, 2015). Sua molécula é quimicamente estável e age, nos insetos, competindo pelos sítios de ligação dos receptores do hormônio juvenil, logo, conduz-se  à manutenção do estágio imaturo, pois verifica-se a  inibição da ação de ecdisona (NARDELLI, 2019).

Pode atuar por contato ou ingestão mimetizando a ação do hormônio juvenil, prolongando o efeito juvenil do inseto. No que diz respeito à formulação, pode ser encontrado como grânulos molháveis, microemulsões, concentrados emulsionáveis, grânulos e pós.

Produtos comerciais pertencentes ao grupo 7C que compreendem o ingrediente ativo Fenoxicarb: Insegar WG (Bayer).

7C Piriproxifem

I. Piriproxifem

Crescimento e desenvolvimento

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O piriproxifem pertence ao grupo químico éter piridiloxipropílico, a base de piridina. Outrossim, é classificado como  pesticidas inibidores de crescimento (IGR), possuindo a característica de menor toxicidade se comparado a pesticidas convencionais. Ademais, o seu primeiro registro para uso como pesticidas pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) ocorreu em  1995 (ALVES, 2019).

Considerado como um inseticida larvicida fisiológico juvenóide, de amplo espectro e pouco tóxico, análogo ao hormônio juvenil, uma vez que inibe a embriogênese e formação das características adultas. O produto atua por contato , desencadeando um desequilíbrio hormonal nas formas jovens, interferindo por consequência a não formação da forma adulta, ou também, na diminuição da postura e a produção de ovos inviáveis (NARDELLI,2019).

Produtos comerciais pertencentes ao grupo 7C que compreendem o ingrediente ativo Piriproxifem: Tiger EC (Ihara), Blade EC (UPL).
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Redigido por:

Linguini - Sonia Mara

Tãdi - Ana Laura

Referências bibliográficas:

ALVES, M., C., C. Desenvolvimento e Caracterização de Sistema de Liberação Controlada Contendo Piriproxifem para Controle das Formas Imaturas de Haematobia irritans em Bovinos. Disponível em:  < https://tede.ufrrj.br/jspui/bitstream/jspui/5159/2/2019%20-%20Melina%20Cardilo%20Campos%20Alves.pdf  ALVES 2019.

 

GARCIA, E. et al. Tópicos avançados em Entomologia Molecular. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular, 2012. 

 

MIRANDA, J.E.; BORTOLI, S.A.; TAKAHASHI, R. Desenvolvimento e produção de seda do Bombyx mori L., exposto a análogos do hormônio juvenil. Arq. Inst. Biol. São Paulo, v.79, n.1, p.91-96, jan./mar., 2012.

 

NARDELLI, A. ESTUDO DOS EFEITOS DOS AGROTÓXICOS PROCLORAZ E PIRIPROXIFEM SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE Megaleporinus macrocephalus (ANOSTOMIDAE: CHARACIFORMES). 2019. Acesso em: < https://tede.unioeste.br/bitstream/tede/4354/6/Aline_%20Nardelli_2019.pdf >. Acesso em: 31 ago 2022.

 

NATION, J. L. Insect Physiology and Biochemistry. Nova York, 2008.

 

SANT’ANNA, F. B. Principais mecanismos que ocasionam a resistência de insetos a inseticidas. Platina, DF, Brasil, 2009.

 

SANTOS, A. L. N. Efeitos do hormônio juvenil na oogênese de fêmeas virgens e acasaladas de rhodnius prolixus stal, 1859 (hemiptera, reduviidae, triatominae). Rio de Janeiro,1980.

 

SILVA, S., M., S. INTOXICAÇÕES POR INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE: ETIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. mar 2015. Disponível: < https://core.ac.uk/download/pdf/43586032.pdf >. Acesso em: 31 ago 2022.

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