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Informativo GEA

TECNOLOGIA
DE APLICAÇÃO
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A tecnologia de aplicação consiste no emprego das metodologias científicas para um correto posicionamento do ingrediente ativo na quantidade ideal, com o mínimo de desperdício de produtos e contaminações. Sendo assim, o objetivo de uma pulverização é atingir o alvo com boa distribuição, tendo a menor deriva possível. Os fatores que impactam na tecnologia de aplicação e devem estar bem ajustados são: alvo, equipamento, momento, produto e o aplicador.

As condições ambientais no momento da aplicação são de suma importância, tendo isso em vista, deve ser feita nas horas mais frescas do dia, com temperaturas inferiores a 30°C, umidade relativa maior que 50% e o vento deve estar com velocidade entre 3 e 10 km/h, sendo que estas duas últimas condições ambientais podem variar de acordo com a classe de gotas (OLIVEIRA, 2020), como mostrado na tabela a seguir:

Figura 1- Relação entre tamanho de gotas e condições climáticas

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Fonte: adaptado de de ABT UNIASSI et al, 2005

Um dos problemas mais comuns nas aplicações é a deriva, que está relacionada com o espectro de gotas, condições meteorológicas, condições operacionais, composição da calda e tamanho da área aplicada. A deriva, além de acarretar em desperdício, não traz os resultados esperados da aplicação e causa problemas ambientais. Existem três tipos de deriva: a exoderiva, endoderiva e evaporação.

A exoderiva consiste na perda de produto para fora do domínio da cultura, como por exemplo, pelo vento, por serem gotas muito pequenas; já a endoderiva ocorre quando a perda se dá dentro da cultura, como através do escorrimento pelo excesso de volume de calda, ou tamanho excessivo de gotas, já a evaporação acontece pela aplicação em condições meteorológicas inadequadas como: baixa umidade e altas temperaturas, vento com alta velocidade, que interfere na qualidade de aplicação independentemente do tamanho de gotas (ANTUNIASSI, 2019).

Uma das possibilidades para mitigação das perdas por deriva é a utilização de adjuvantes, que proporcionam uma melhora em relação à tensão de gotas, melhorando sua adesão na superfície da folha, assim como o espalhamento.

Figura 2- Diatrea sacharalis no colmo da cana.

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Fonte: ANDEF, 2010

Em relação ao tamanho de gotas, aquelas menores que 100 µm tendem a ter deriva e aquelas maiores que 400 µm tendem ao escorrimento. Além disso, um ponto importante para se atentar é se a mudança de pressão (espectro de gotas) produzirá diferentes tamanhos de gota (DESCONHECIDO, 2020).

Além da deriva, o espectro de gotas também influi diretamente no desempenho da aplicação, sendo que gotas mais finas, mesmo que sejam mais suscetíveis à deriva, apresentam melhor penetração e cobertura do que as gotas grossas (JUSTINIANO, 2014). A tabela abaixo indica as classes de gotas e as classifica de acordo com o diâmetro mediano volumétrico (DMV – μm) e o potencial de risco de deriva (PRD).

Tabela 1: Classes de tamanho de gotas, segundo as normas ASAE S-572 e BCPC, com características correspondentes (DMV e PRD).

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Fonte: Palladini & Souza, 2007

Figura 3- Comportamento da deriva

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Fonte: Laboratório de produção vegetal ESALQ-USP, 2020

A escolha das pontas determina o tipo de gota a ser produzido, a uniformidade da aplicação, a cobertura, o volume de calda, a taxa de aplicação e o potencial de deriva (JUSTINIANO, 2014). Alguns exemplos de ponta e os respectivos tipos de gotas que elas produzem estão ilustrados abaixo:

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Figura 4- Tipos de ponta e sua relação o tamanho de gotas

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Fonte: Corteva, 2021

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A escolha do tamanho de gotas também pode estar relacionada com a sistematicidade do produto aplicado, no que tange cobertura e deposição. Quanto mais sistêmicos os ativos são, menor é a dependência da cobertura, importando mais a quantidade de produto depositado, o que muitas vezes pode ser atendido com gotas médias e grossas. Já os ativos menos sistêmicos são mais dependentes de cobertura do que maior quantidade de produtos, o que pode ser atendido com gotas mais finas (AGRO EFETIVA, 2020).

Tabela 2: Aplicabilidade das principais pontas de pulverização

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Fonte: Catálogo 51-PT Teejet, 2011

Tabela 3: Relação entre tamanho da gota, volume de calda, cobertura, risco de deriva, risco de evaporação e recomendação de aplicação agrícola

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Fonte: Catálogo 51-PT Teejet, 2011

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Redigido por:

Eduarda Godoi Rogenski de Mello - Garfiudi

Matheus de Góes Domingues - Xéf-tã

Referências:

DESCONHECIDO. Tecnologia de aplicação de herbicidas. 2020. Disponível em: http://www.lpv.esalq.usp.br/sites/default/files/Tecnologia%20de%20aplicacao%20de%20herbicidas.pdf. Acesso em: 06 dez. 2021.

 

ANDEF – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL COGAP – COMITÊ DE BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS (Manual de tecnologia de aplicação/ANDEF – associação Nacional de Defesa Vegetal. — Campinas. São Paulo: Linea Creativa, 2004.). MANUAL DE TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS. Tecnologia de Aplicação Produtos Fitossanitários, CAMPINAS SP, ano 10, v. 1, n. CDD: 630.2, ed. 1, p. 52, 2010. Disponível em: http://www.lpv.esalq.usp.br/sites/default/files/Leitura%20-%20Manual%20Tecnologia%20de%20Aplicacao.pdf. Acesso em: 06 dez. 2021

 

OLIVEIRA, M. Tecnologia de aplicação: dicas para uma boa prática agrícola. Dicas para uma boa prática agrícola. 2020. Disponível em: https://blog.donmario.com.br/tecnologia-de-aplicacao-dicas-para-uma-boa-pratica-agricola/. Acesso em: 06 dez. 2021.

 

 ANTUNIASSI, U. R. Tecnologia de aplicação. 2019. Disponível em: https://www.corteva.com.br/content/dam/dpagco/corteva/la/br/pt/bpa-site/ebooks/pdfs/Ebook_TA_Tecnologia_de_Aplicacao.pdf. Acesso em: 06 dez. 2021.

 

JUSTINIANO, W. Tecnologia de Aplicação de Defensivos Agrícolas. Informativo de Desenvolvimento Tecnológico (MONSANTO), v. 9, p. 9, 2014. Disponível em: http://www.roundupreadyplus.com.br/site/wp-content/themes/rrplus/assets/boletins/boletim_12.pdf. Acesso em: 06 dez. 2021.

WEBINAR - Entendendo a Tecnologia de Aplicação. [S. l.; s. n]. 2020. 1 vídeo (74 min). Publicado pelo canal AgroEfetiva. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yfsIOx2n3mE. Acesso em: 06 dez 2021.

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